Esse dia feio, a lareira, permitiu e incentivou a atualização do blog.
Precisava tirar a "roupa" de viagem dele, e escrever.
A viagem foi ótima, adorei!
Minha mala foi perdida na volta, a conexão de em Lisboa foi muita corrida então nós conseguimos entrar no avião, mas a mala não. Três dias depois do retorno a mala chegou aqui em casa bem direitinho.
Os acontecimentos violentos em Londres dos últimos dias de nossa estadia fez com que tivéssemos que dormir no aeroporto já que nosso vôo era as seis da manhã, check in às quatro horas.
Eu, dormindo num aeroporto, achei que isso nunca iria acontecer pelo simples fato de achar que nunca conseguiria numa situação dessas, não sou uma pessoa com tanta facilidade para dormir assim, mas o cansaço, a hora, tudo junto, fez com que uns bancos fossem o lugar ideal para tirar um bom sono e principalmente, o fato de todo mundo no aeroporto estar dormindo, dezenas de pessoas dormiam por todos os lugares, no meio dos corredores, atirados no chão, até que eu e a Luciana encontramos um lugar bem bom, meio escurinho, num cantinho. Mas ninguém tava preocupada com isso, as pessoas dormiam em qualquer lugar mesmo.
Rimos ao passarmos por duas mulheres dormindo no chão, com a cabeça em suas mochilas e com um bilhete bem grande, escrito em inglês em uma folha de caderno que dizia o seguinte:
"Se estivermos dormindo às seis horas, por favor, nos acorde".
Tirei uma foto da Luciana dormindo, tinha que registrar esse momento.
Li uma crônica da Martha Medeiros essa semana e me identifiquei muito, uma parte dela é a seguinte:
"(...) Na cidade da gente, nos agarramos aos nossos hábitos e aos nossos vínculos. Estando fora, viramos uns desgarrados e naturalmente nos abrimos para conhecer novas culturas, novos costumes e novas pessoas (...). Viajando, ficamos mais propícios ao risco e à experimentação. Encaramos o bacon no café da manhã, passeamos na chuva, vamos ao super de bicicleta, dormimos na grama, comemos carne de cobra, dirigimos do lado direito do carro, usamos banheiro público, fazemos confidências a quem nunca vimos antes. O passaporte nos libera não só para a estrada em outro estilo de vida, muito mais solto do que quando estamos em casa, na nossa rotina repetitiva".
É bem isso que acontece, em um mês não dormi só no aeroporto, dormi em inúmeras camas, comi o que tinha para comer, e sabem o que isso que foi o melhor da viagem, a falta da rotina, de frescura, as adaptações às situações, o diferente, o novo. Coisa bem boa viajar!