quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Violência Infantil


Descobri no Roccana que hoje é o dia mundial da prevenção da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Embora saiba que estabelecer um dia especial para prevenção de um problema sério como esse não seja uma medida eficaz, acredito que sempre ao se abordar um assunto, criar discussões e proporcionar um maior pensar sobre ele é válido, mesmo que seja só por um dia, desde que dessas discussões surjam frutos para serem desenvolvidos nos demais dias do ano.
Quanto a violência doméstica contra adolescentes e crianças infelizmente tenho muito a dizer, pois convivo muito de perto com vítimas que sofreram ou ainda sofrem violência doméstica.
A frase contida na figura acima é muito branda - Lei Seca Contra a Palmada - porque antes estivesse a violência doméstica apenas nesse patamar.
Atualmente a violência contra crianças e adolescentes não se restringe a palmadas, pois infelizmente é comum existir agressores dentro do próprio lar que praticam violência sexual, psicológica, maus-tratos graves, torturas, negligências, contra as próprias pessoas que deveriam proteger.
Além de ser um ato totalmente covarde do ser humano que o pratica, podemos perceber que o ser humano está com seus valores distorcidos, que não consegue simplesmente seguir seu extinto de proteger "as crias" assim como qualquer outro animal faz.
As consequências advindas dessas práticas são muitas, os sintomas que crianças e adolescentes violentados passam a apresentar são vários e graves, já que nessa fase da vida, onde a personalidade está em formação, a violência proveniente de pessoas que deveriam ter função protetiva, traz disturbios ao desenvolvimento normal do ser humano.
Importante mencionar que além de todo o sofrimento que um ato de violência traz, ela comumente acarreta um círculo vicioso, pois não raro a vítima ao crescer passa a agressor, devendo então a tal tipo de violência ser evitada de todas as formas e com todos os esforços, pois inegáveis os prejuízos e sofrimentos trazidos por essa prática.
Embora tenha mencionado as facetas mais graves da violência doméstica, não posso deixar de considerar que a palmada é um ato de violência também. Pois ela é aquela que os pais acham que possuem o direito de utilizar, que não faz mal, que é para o bem do filho, porém a palmada muitas vezes é usada de forma desmoderada, sem necessidade, além de ser um princípio de atos de violência dentro da família, os quais podem evoluir para situações graves.
Essas palavras são de quem já segurou no colo um bebê de onze meses com o rosto totalmente tomado por hematomas, ocasionados por um "lançamento" dele contra a parede, de quem conhece meninas pequenas que tentam levar uma vida normal depois de um abuso sexual, mas que ficam "marcadas" para sempre, de quem olha no olho e escuta crianças e jovens falando que não querem voltar para a casa, mesmo sendo ruim morar para sempre num abrigo, pois se lembram do quanto sofriam em casa, de quem hoje convive muito com adolescentes abrigados e que sabe que as consequências são diferentes em cada um, mas que são para sempre.

2 comentários:

  1. Belo post, Clarissa!

    Sei da importância do teu trabalho na Promotora da Infância e Juventude e das dificuldades de penalizar ou modificar o comportamento destes pais/agressores!

    Coloquei link para teu post, no meu!

    Beijão!

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  2. Clarissa, parabéns pelo post!

    Agradeço o apoio nessa campanha que É DE TODOS NÓS!

    Obrigada e um beijão

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